Duas políticas fizeram história na Alemanha ao se tornar as primeiras mulheres trans a conquistar assentos parlamentares nas eleições nacionais de domingo (26).
Tessa Ganserer e Nyke Slawik se candidataram pelo Partido Verde, que ficou em terceiro lugar na eleição, aumentando sua participação na votação de 8,9% (em 2017) para 14,8%, o que deve garantir um papel central na construção de uma nova coalizão de governo.
“É uma vitória histórica para os verdes, mas também para o movimento trans-emancipatório e para toda a comunidade queer”, disse Ganserer, de 44 anos, acrescentando que os resultados são um símbolo de uma sociedade aberta e tolerante.
No topo da lista de prioridades para Ganserer, eleita para o Parlamento regional da Baviera em 2013, está um procedimento mais fácil para ratificar em documentos de identidade a mudança de sexo.
Ganserer, que tem dois filhos, também quer mudanças legislativas para permitir que mães lésbicas adotem crianças.
Slawik, de 27 anos, disse que os resultados foram inacreditáveis. Ela garantiu uma cadeira no Parlamento por meio da lista de candidatos dos Verdes no estado da Renânia do Norte-Vestfália.
“Loucura! Ainda não consigo acreditar, mas com este resultado eleitoral histórico, com certeza serei membro do próximo Bundestag”, postou Slawik no Instagram.
Slawik pediu um plano de ação nacional contra a homofobia e a transfobia, uma lei de autodeterminação e melhorias na lei federal antidiscriminação.
A homossexualidade foi descriminalizada na Alemanha em 1969 e o casamento entre pessoas do mesmo sexo legalizado em 2017.
Mas os crimes de ódio contra pessoas LGBTQIA+ aumentaram 36% no ano passado, segundo dados da polícia que destacam uma tendência crescente de homofobia em partes da sociedade alemã.
Da CNN Internacional