HIV em pauta

Com exames ‘represados’ pela pandemia, casos de aids crescem 44% em 1 ano em Campinas

Genilson Coutinho,
12/09/2023 | 16h09
Foto: Reprodução – Ag.. Aids

Dados da secretaria de Saúde de Campinas (SP) mostram que os diagnósticos de aids na metrópole cresceram 44% no intervalo de um ano, quando analisado o intervalo entre 2022 e 2021. Além disso, os casos de infecção por HIV apresentaram alta de 32% no mesmo período.

À EPTV, afiliada da TV Globo, uma infectologista explicou que o aumento em 2022 era esperado por profissionais da área da saúde, uma vez que a pandemia da Covid-19 levou a um “represamento” de exames e atendimentos (leia mais abaixo).

Em 2022, a pasta registrou 171 diagnósticos de HIV, contra 129 no ano anterior. Já em relação à aids, o total de casos em 2022 foi de 123, um aumento em relação aos 85 registros de 2021. Somente em 2023, foram registradas 111 infecções por HIV e 28 casos de aids.

A aids é a doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla em inglês). Sendo assim, o fato de uma pessoa ser infectada pelo HIV não significa, necessariamente, que ela desenvolverá aids.

Aumento esperado

Segundo a médica infectologista do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Valéria Almeida, o aumento era esperado porque a pandemia fez com que a maioria os esforços fossem direcionados à Covid-19.

“Os serviços estavam muito sobrecarregados, com diminuição de atendimentos, de consultas, tanto nos serviços públicos quanto privados. Tudo muito focado na questão da infecção pelo coronavírus, então muitas pessoas não acessaram os serviços, não tiveram como fazer o diagnóstico”, destaca.

A especialista reforça, no entanto, que a tendência para o futuro é de queda no total de diagnósticos devido às políticas públicas criadas para conscientização e diminuição dos casos de HIV e aids.

Tratamento

Os medicamentos antirretrovirais para tratamento da aids, quando utilizados corretamente, reduzem a carga viral no organismo, permitindo que a pessoa tenha uma vida normal, além de diminuir a transmissão do vírus.

Outras estratégias de prevenção para evitar a infecção pelo HIV também estão disponíveis gratuitamente nos serviços públicos de saúde: o PrEP, que é a profilaxia pré-exposição, e o PEP, ou profilaxia pós-exposição.

No Centro de Referência de Infecções Sexualmente Transmissíveis da metrópole, os medicamentos são distribuídos gratuitamente para cerca de mil pessoas. No local, também são feitos, em média, 600 testes rápidos por mês.

“Todas as Unidades Básicas de Saúde estão capacitadas e possuem insumos para fazer testes rápidos para HIV, sífilis, hepatite B e C”, explica o coordenador do centro, Josué Lima.

Fonte: G1