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Casa de covereadora trans é alvo de tiros em SP, diz bancada feminista do PSOL

Genilson Coutinho,
28/01/2021 | 13h01
A covereadora do PSOL, Carolina Iara. — Foto: Acervo Pessoal

A casa da covereadora da bancada feminista do PSOL em São Paulo, Carolina Iara, foi alvo de tiros na madrugada desta terça-feira (26) na Zona Leste da capital, informou a assessoria de imprensa do grupo. Carolina procurou a Polícia Civil para registrar ocorrência do caso no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Ao menos dois tiros foram efetuados contra a residência, mas ninguém foi ferido. O autor dos disparos não havia sido identificado até a última atualização desta reportagem.

Segundo a bancada do PSOL, Iara, que é negra, travesti e portadora do vírus HIV, estava dormindo quando ocorreram os tiros. A bancada considera que a covereadora foi vítima de um “crime político” por tudo que representa “como liderança de movimentos de pessoas trans”.

Em entrevista ao SP2, Carolina Iara afirmou que foi alvo de uma tentativa de intimidação.

O ataque ocorre na semana em que será lembrado o “Dia da Visibilidade Trans”, que ocorrerá na próxima sexta-feira, 29 de janeiro.

Marcas dos disparos ficaram nas paredes do imóvel, na sala e na cozinha, e também em um muro, de acordo com a comunicação da bancada.

“Tudo indica que foi do portão que atiraram para a parede da minha sala, quando percebi esses dois sinais de tiros. E naquele momento eu percebi que não era algo do acaso, não era uma bala perdida. Percebi que a minha casa foi alvejada, não sabemos ainda por quem, por qual motivo, mas uma covereadora, de mandato coletivo, que é uma mulher negra e trans, está sendo ameaçada na maior cidade do país”, afirmou.

Além da covereadora, dentro da casa estavam o irmão e a mãe dela, que escutou os disparos por volta das 2h. Vizinhos também ouviram barulho de tiros, segundo a assessoria.

Um vídeo de uma câmera de segurança mostra um carro parado por 3 minutos em frente à residência de Iara. O material será entregue ao Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo a comunicação da bancada, existe a suspeita de que o veículo possa estar envolvido no atentado, já que foi filmado entre às 2h07 e 2h10, período em que testemunhas escutaram os disparos. O automóvel branco com vidros escuros foi embora logo depois.