Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que o número estimado de novos casos de câncer de próstata no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, é de 72 mil por ano, correspondendo a um risco estimado de 67,86 casos novos a cada 100 mil homens. Na região Nordeste do Brasil, a estimativa é maior: 73,28 casos a cada 100 mil.
O diagnóstico precoce continua sendo essencial, assim como olhar para a saúde do homem de forma sistêmica. “Problemas cardiovasculares, respiratórios e gastrointestinais também devem estar no radar, bem como outros tipos de cânceres do trato urológico, como de rim, de bexiga e até pênis”, reforça o coordenador da Urologia do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+ na Bahia, Dr. José Carlos Truzzi.
Novembrinho Azul
O câncer de próstata ocupa a segunda posição entre os tipos mais frequentes de câncer em homens, sem considerar os tumores de pele não melanoma. A maior incidência ocorre a partir dos 50 anos. Mas, como reforça o Dr. Truzzi, a saúde do homem vai além da próstata e assim que entra na adolescência, o jovem precisa seguir com um acompanhamento mais próximo.
Prova de que esse movimento precoce é necessário, é que o câncer de testículo é mais frequente em uma faixa que vai dos 20 aos 30 anos. “Quanto antes o jovem aprender a importância de um autoexame e ser acompanhado por um especialista, melhor. Orientações já na adolescência são importantes também para evitar o câncer de pênis, doença muito associada a práticas de higiene local e a infecções sexualmente transmissíveis”, destaca.
Estimular jovens a fazerem uma avaliação periódica pode contribuir para uma atividade sexual mais saudável, bem como para a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e de uma eventual gestação indesejada por parte de um casal jovem. Isso, sem dizer da construção de uma mentalidade mais orientada à saúde e à prevenção, inclusive, do câncer de próstata e de outras doenças urológicas ou não.
Atenção especial à próstata
Como a maioria das neoplasias, o câncer de próstata não tem sua razão completamente conhecida, mas má alimentação, obesidade e tabagismo podem afetar o início ou a progressão da doença.
Nas fases iniciais, o câncer de próstata não apresenta sintomas. Em um estágio mais avançado da doença podem surgir dificuldade e dor ao urinar, perda do controle da bexiga ou intestino, dor lombar, na bacia ou nos joelhos, sangramento pela uretra e fraqueza ou dormência nas pernas ou nos pés. Em caso de dúvidas, o recomendado é conversar com um especialista.
Para o rastreio do câncer de próstata, a orientação é que homens entre 50 e 75 anos façam o PSA (exame de sangue) e o exame de toque retal anualmente. Para aqueles com antecedentes familiares de câncer de próstata ou etnia negra é recomendado que a avaliação seja iniciada já aos 45 anos.
Genética
De 5% a 10% dos casos de câncer de próstata são hereditários. “Quem possui parentes em primeiro grau acometidos pela doença, como pai e irmãos, tem de 2 a 10 vezes mais chances de desenvolvê-la do que o restante da população masculina”, alerta o médico. Por isso, recomenda-se que quem tenha histórico familiar faça os exames mais cedo, por volta dos 45 anos.
Testes genéticos para um diagnóstico mais precoce e assertivo podem melhorar a qualidade de vida do paciente. É o que acontece com o Painel Câncer de Próstata Hereditário, que ajuda a detectar o câncer de próstata hereditário, orientando a um tratamento mais personalizado. Realizado pelo método de sequenciamento de nova geração (NGS), ele analisa simultaneamente 19 genes relacionados a essa forma da doença. O Painel Somático de Próstata tem a finalidade de avaliar simultaneamente 22 genes em tumores de próstata, contribui para um tratamento mais assertivo contra o câncer metastático.
Disfunção erétil e a saúde do coração
Outro temor dos homens é disfunção erétil. Dentre as origens orgânicas, pode surgir como um fenômeno vascular, consequência de alterações hormonais ou de dependência do uso de alguns medicamentos, ou, ainda, decorrente de problemas anatômicos, entre outras causas. Mas, o que poucos sabem é que, dentre as causas orgânicas, um contingente preocupante delas está ligado a problemas cardiovasculares. Um estudo publicado pela Universidade da Austrália mostrou que homens com mais de 45 anos, sem histórico de problemas cardíacos, mas com disfunção erétil moderada ou grave, são até oito vezes mais predispostos a ter insuficiência cardíaca em comparação com aqueles que não apresentam o problema.