Brasil registra quase dois mil casos de câncer de pênis com quase 500 amputações em 2022
De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 1.933 homens foram diagnosticados com câncer de pênis entre janeiro e novembro de 2022. O tumor foi responsável pela amputação de 459 órgãos genitais masculinos durante o período.
“Muitas vezes confundida com uma infecção sexualmente transmissível (IST), o câncer de pênis pode aparecer como uma ferida no pênis que não cicatriza, gera coceira, queimação e forte odor, mesmo com tratamento tópico”, alerta o urologista Jailton Campos.
Nos últimos 15 anos, o câncer de pênis levou 7.790 homens a perderem o órgão. Em média, 486 amputações são realizadas todo ano no país. O levantamento analisou dados de 2007 a 2022 disponíveis no DataSUS, serviço do Ministério da Saúde que disponibiliza informações sobre o sistema público de saúde.
“O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. No Brasil, ele representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem pessoas do sexo masculino. A presença de feridas associadas à uma secreção branca pode ser um indicativo do câncer. Nesse caso, a recomendação é consultar um especialista. Além da tumoração no pênis, a presença de ínguas na virilha pode ser sinal de progressão da doença (metástase) ”, acrescenta o especialista.
Para esclarecer a população, a SBU realiza pelo terceiro ano consecutivo no mês em que se celebra o Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, uma campanha de prevenção e combate ao câncer de pênis. Durante todo o mês de fevereiro, médicos esclarecerão sobre a doença nas redes sociais (@urologiaaplicada no Instagram e Facebook).
“A doença pode ser prevenida por meio de atitudes que eduquem a população sobre a necessidade de higiene genital adequada, além do uso de preservativo, evitar início precoce da vida sexual, diminuir o número de parceiros sexuais durante a vida e evitar a zoofilia. Ações que combatam o tabagismo e vacinação contra o HPV também têm grande impacto. Ressalta-se que a circuncisão para tratamento da fimose protege contra o câncer de pênis somente quando realizada no período neonatal, entretanto ela sempre deve ser estimulada durante qualquer momento da vida, tendo em vista que auxilia na detecção precoce das lesões e favorece melhor higiene local”, conclui o urologista Jailton Campos.