Por Genilson Coutinho
Já faz um tempinho que venho observando e pensando sobre branquitude e a publicidade na internet, além dos poucos impressos que ainda existem para comunidade LGBTQIA+ e o apagamento dos corpos e corpas . Quando realizamos uma busca no Google, por exemplo, para ilustrar uma matéria ou algo relacionado com o turismo voltado para comunidade LGBTQIAPN+ nos deparamos sempre com pessoas brancas e corpos perfeitos em campanhas que não se parecem comigo nem com os meus amigos.
Cadê a inclusão? E a mesma coisa acontece quando o assunto em pauta é a união homoafetiva, são matérias incríveis que celebram o crescimento das uniões homoafetivas no Brasil após o reconhecimento em 2011 via STF. Mas onde estão os meus iguais? Essa invisibilidade vai dos casais da vida real aos tradicionais bonecos em cima do bolo todos são sempre brancos e brancas deixando um gigante ponto de interrogação. Cadê a diversidade tão levantada por muitas empresas durante os 30 dias do mês de junho? Ou sera que não existimos, não casamos e não viajamos?
A minha reflexão casa com um levantamento feito pela “Visual GPS 2021 da Getty Images” sobre a presença da comuniadde LGBTQIAN+ na publicidade, a pesquisa não fez um levantamento com o foco nas questões raciais, mas mostra a realidade com esse dados que podem se encaixar perfeitamente na minha reflexão.
De acordo com o resultado apenas 20% dos entrevistados globais afirmaram ver pessoas LGBTQIAPN+ representadas regularmente em imagens e, quando o fazem, as representações são estereotipadas. Nos Estados Unidos, esse número é um pouco maior, ficando em 25%. Para os entrevistados, 30% dessas imagens retratam gays de forma afeminada e 29% retratam mulheres lésbicas como masculinas.
Isso tudo é o reflexo de como precisamos evoluir no que tange inclusão e combate ao racismo presente nestas campanhas e nos bancos de imagens disponíveis na web.
Genilson Coutinho é ativista LGBTQIAN+ e Editor do Dois Terços .