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O dia em que futebol inglês deu um bico na homofobia

Genilson Coutinho,
29/11/2016 | 10h11

“Ô Ô Ô Ô Ô Biiiiiiiiiiicha!!!”. Por mais estranho e bizarro que possa parecer, é exatamente esse grito que algumas torcidas brasileiras fazem ecoar pelas arquibancadas quando um goleiro vai bater o tiro de meta. Infelizmente o futebol é ainda um universo extremamente machista e bastante homofóbico.

A realidade não é tão diferente assim em outros países, mas a Premier League, principal campeonato da modalidade na Inglaterra, está lutando para mudar essa “cultura”. Mais uma vez a Liga Inglesa está abraçando a campanha “Rainbow Laces” da ONG Stonewall. A rodada do último final de semana deu destaque a diversas iniciativas para combater o preconceito.

Vários jogadores, por exemplo, entraram em campo com cadarços que traziam as cores do arco-íris e os capitães das equipes trocaram flâmulas coloridas. Além disso, placas de publicidade traziam mensagens a favor da tolerância e alguns clubes modificaram seus perfis nas redes sociais para apoiar a causa. Até mesmo o lendário estádio de Wembley prestou a sua homenagem.

O carro-chefe da campanha é o vídeo “Make sport everyone’s game”. “O esporte é parte fundamental da minha vida. Eu amo a atmosfera, a alegria, a tensão, o sofrimento. Faz diferença se eu sou gay? Lésbica? Bi? Trans? Não importa quem você seja. Todos nós devemos ser livres para curtir as coisas que amamos“, diz o filme.

A iniciativa é aparentemente simples, mas traz uma enorme carga de importância, sobretudo porque manter relações homossexuais era considerado um crime na Inglaterra até 1967, por mais absurdo que isso possa parecer.