“Esse show é para mim, para todos, mas especialmente para minha filha Preta”, diz Gilberto Gil, na abertura da turnê Tempo Rei, em Salvador

Fãs do cantor Gilberto Gil chegaram cedo para o show de abertura da turnê “Tempo Rei”, o encontro do baiano com seu público aconteceu neste sábado (15), na Arena Fonte Nova, em Salvador, no palco sagrado do futebol baiano e com ingressos esgotados. Com um show que vai correr o país, a turnê batizada de “Gil – Tempo Rei” marca a despedida do artista dos projetos mais grandiosos.

“Subo neste palco, minha alma cheira a talco como bumbum de bebê”, da música “Palco”, foram os primeiros versos que levou a multidão ao delírio com a entrada do artista para um espetáculo de mais de 2h de muita música.

Nos shows do baiano, política, poesia e amor sempre estiveram presentes e nesse momento emblemático do Brasil, o tema da “Ditadura Militar” não ficaria de fora. Antes de iniciar “Cálice”, o amigo Chico Buarque apareceu no telão com um depoimento sobre a canção, fruto de uma parceria lançada em 1978, e o público de mais de 50 mil pessoas gritou: “sem anistia”.

Antes de cantar a música “Drão”, feita para a ex-mulher Sandra Gadelha, Gil fez uma homenagem à filha Preta Gil, que está em tratamento contra o câncer. A cantora estava internada até sexta-feira (14), no Hospital Aliança, acometida de uma infecção urinária após o carnaval.
Bastante emocionado, ele disse: “Esse show é para mim, para todos, mas especialmente para minha filha, Preta”, enquanto no telão imagens de Preta eram exibidas e um coro de “Preta, Preta!” foi puxado pelo público. A cantora estava no estádio assistindo ao show do pai, ao lado de amigos e familiares.

O público foi presenteado com duas participações especiais nos últimos minutos do show. O cantor Russo Passapusso e ministra Margareth Menezes cantaram “Emoriô” e “Toda Menina Baiana”, respectivamente. As participações levantaram o público, que ficou com um gostinho de quero mais. Gil escolheu “Aquele Abraço” para fechar com chave de ouro a abertura oficial da turnê em solo baiano.