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Ativismo latino-americano se fortalece em Munique, reivindicando maior visibilidade para a região

Redação,
01/08/2024 | 20h08
(Foto: Divulgação)

Este ano, o espaço dedicado à sociedade civil e pessoas vivendo com HIV da Conferência Internacional de Aids, Global Village, contou com uma novidade marcante: o Hub Latino, um estande criado para conectar instituições do Brasil com outras da América Latina e proporcionar um ponto de encontro para ativistas da região. Henrique Ávila, ativista baiano e coordenador do Centro de Serviços Chica Manicongo em Salvador, compartilhou a trajetória e o impacto dessa iniciativa.

“O Hub Latino foi a ideia da gente conectar o movimento do HIV/aids do Brasil com o resto da América Latina e também ter um ponto de encontro no evento. Esta já é minha sexta conferência, eu venho de um longo caminho de ativismo desde minha descoberta do diagnóstico,” relatou. O estande também recebeu a exposição fotográfica “DRAG-SE: Prevenção Combinada ao HIV”, do fotógrafo Ton Shübber, que propôs um convite à reflexão sobre a luta dos movimentos sociais em resposta ao HIV/aids nos últimos 40 anos.

Psicólogo e bacharel em saúde pela Universidade Federal do Recôncavo Baiano, Henrique enfatiza que a luta das pessoas vivendo com HIV é um caminho horizontal onde não há espaço para competição, já que a união os fortalece. “Juntos no mesmo espaço, a gente pôde discutir sobre caminhos de como ampliar a nossa participação no universo do HIV/aids, a nossa força enquanto América Latina, enquanto organizações, enquanto ativistas, e de que maneira podemos construir algo em conjunto para a nossa região”, afirmou.

No Centro de Serviços Chica Manicongo, em Salvador, Henrique coordena um projeto que fornece atendimento à população LGBT+ e pessoas vivendo com HIV, como apoio psicológico, suporte jurídico, encaminhamento para o mercado de trabalho e orientação profissional. O ativista ressaltou a necessidade de parcerias para aumentar a participação de latino-americanos em eventos como a Conferência Internacional de Aids. “Sabemos que é um evento que fala inglês, e na nossa região, nem todo mundo tem acesso. As populações-chave estão ligadas a pessoas com pouca renda e historicamente marginalizadas.”

O Hub Latino no Global Village em Munique simbolizou a união e a força coletiva dos ativistas latino-americanos, destacando a diversidade, energia e potencial da região. “É muito importante mostrar a cara da América Latina para todo mundo, para que entendam como somos essas cores e esses sabores,” concluiu Henrique.