Saúde

Uso de cigarros eletrônicos pode aumentar em mais de quatro vezes o risco de migrar para o cigarro convencional

Redação,
10/05/2023 | 19h05
(Foto: Pixabay)

Em formatos e modelos variados e com muitas opções de aromas e sabores, o cigarro eletrônico, ou vape, é um símbolo de status social e mania entre os jovens nos grandes centros urbanos. Seu uso por adolescentes e adultos tem crescido a passos largos em todo mundo. No Brasil, a fabricação, importação, publicidade e comercialização dos Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são proibidas em todo território nacional por meio de resolução da ANVISA. Apesar disso, muitos brasileiros conseguem “dar um jeitinho” e adquirem o dispositivo através de compras on-line ou viagens ao exterior.

“O crescimento do número de jovens brasileiros que usam o cigarro eletrônico é um fator preocupante. Além de nocivos à saúde, esses dispositivos são considerados um passo para o cigarro tradicional”, afirma a oncologista Clarissa Mathias, do NOB Oncoclínicas. “Muitas pessoas começam com o cigarro eletrônico e depois migram para o convencional, que é muito mais barato e acessível, já que o vape é proibido no país. Em alguns casos, a pessoa passa até mesmo a usar o cigarro convencional e o vape”, acrescenta.

De acordo com dados do Covitel – Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia, um em cada cinco jovens brasileiros, de 18 a 24 anos, usa cigarros eletrônicos.

Cigarro eletrônico: substâncias tóxicas, cancerígenas e viciantes

O cigarro eletrônico foi criado como uma alternativa ao cigarro de papel e uma suposta forma para apoiar a cessação do tabagismo, mas o que ocorre é exatamente o contrário. De acordo com o estudo “Risco de iniciação ao tabagismo com o uso de cigarros eletrônicos”, elaborado pelo INCA e publicado na Revista Ciência e Saúde Coletiva, o uso de cigarros eletrônicos aumenta em quase três vezes e meia o risco de experimentar o cigarro convencional, e em mais de quatro o risco de passar a fumar o cigarro.

De acordo com o instituto, o cigarro eletrônico pode ser tão prejudicial quanto o cigarro tradicional, pois combina nicotina com outras substâncias tóxicas e, além de doenças respiratórias graves, pode causar vários tipos de câncer e doenças cardiovasculares.

Além da nicotina, muitos produtos químicos têm sido adicionados junto com aromatizantes e conservantes, aditivos tóxicos, como álcool benzílico, benzaldeído, vanilina, acroleína, diacetil e substâncias psicoativas como o tetrahidrocanabino, que, por si só, já podem causar inúmeros danos à saúde e dependência. “Um único vape pode equivaler a um maço com vinte unidades do cigarro convencional”, explica Clarissa Mathias.

“Inúmeros estudos mostram que esses dispositivos usam solventes, aditivos, substâncias químicas cancerígenas, algumas inclusive desconhecidas, e extremamente tóxicas. Quando uma pessoa usa o cigarro eletrônico, ela, geralmente, não sabe sequer o que está inalando”, comenta.

Conscientização

“Com as políticas públicas de controle do tabagismo, o Brasil conseguiu reduzir exponencialmente o número de fumantes, agora é preciso conscientizar a população sobre os riscos do uso desses dispositivos eletrônicos, caso contrário vamos retroceder a passos largos”, afirma Clarissa Mathias.

“Os pais devem dialogar com seus filhos e precisam estar atentos ao risco desse vício. O cigarro eletrônico é muito atrativo para os jovens, mas definitivamente não é um dispositivo nem seguro nem inofensivo”, complementa a médica.

Arsenal contra o câncer de pulmão

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o cigarro é responsável por 25% de todas as mortes por câncer no mundo.

O tratamento dos tumores de pulmão conta com um arsenal de terapias cada vez mais avançadas e se baseia em cirurgia, tratamento sistêmico (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia) e radioterapia. “As cirurgias para retiradas dos tumores torácicos também têm tido avanços enormes e com as técnicas minimamente invasivas já é possível a retirada do tumor com cada vez menos tempo de internação e retorno mais rápido do paciente às suas atividades”, esclarece a oncologista.

A especialista explica ainda que, muitas vezes, a quimioterapia é indicada após a cirurgia para destruir células tumorais microscópicas residuais ou que estejam circulando pelo sangue. Em alguns casos, a terapia-alvo também é indicada após a cirurgia. Essa terapia, que também representa um grande avanço na oncologia, usa drogas para atacar especificamente as células cancerígenas, preservando as células saudáveis.

A combinação de terapia sistêmica e radioterapia também pode ser administrada no início do procedimento para reduzir o tumor antes da cirurgia, ou mesmo como tratamento definitivo, quando a remoção cirúrgica está contraindicada. A radioterapia isolada é utilizada algumas vezes para diminuir sintomas como falta de ar e dor.

Um dos grandes avanços da ciência na luta contra o câncer é a imunoterapia, que tem revolucionado o tratamento dos tumores de pulmão e proporcionado mais qualidade de vida e maior sobrevida aos pacientes. “A imunoterapia ativa o sistema imunológico através de uma combinação de medicamentos biológicos para lutar contra o tumor”, conclui Clarissa Mathias.

Sobre o Grupo Oncoclínicas

A Oncoclínicas – maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina – tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.600 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 133 unidades em 35 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.

Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos no acesso ao tratamento oncológico, realizando mais de 500 mil procedimentos no último ano (2022). É parceira exclusiva na América Latina do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MEDSIR, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional.

Para obter mais informações, visite www.grupooncoclinicas.com