Como viver com HIV mantendo a saúde e a longevidade?
Você conhece o termo “indetectável = intransmissível” ou “I = I”, como é chamado no Brasil? Segundo a “Nota informativa Nº 5 DE 2019” do Ministério da Saúde, a expressão se refere às evidências científicas internacionais de que pessoas vivendo com HIV em tratamento e com carga viral indetectável – menos de 200 cópias do vírus por ml de sangue medido – há pelo menos seis meses, não transmitem HIV por meio do contato sexual.
Se para a comunidade científica a conclusão foi um salto evolutivo no tratamento e busca pela cura, para as pessoas que vivem com HIV pode simbolizar a retomada de sonhos e perspectivas de uma vida longa e com qualidade.
É o que afirma uma publicação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids Brasil): “é possível viver com HIV e ser saudável, ter relacionamentos, ter filhos, exercer seus direitos, entre tantos outros pontos. O diagnóstico positivo para HIV pode ser um novo começo de vida, com uma nova mentalidade, novas conquistas e aprendizados”.
E as boas notícias seguem: dados do “Manual de Sobrevivência ao desafio Unaids”, publicação focada no esclarecimento de termos e conceitos ligados à temática do HIV, mostram ainda que “a evolução do tratamento antirretroviral elevou a expectativa de vida das pessoas vivendo com HIV para níveis praticamente iguais aos das pessoas que não vivem com o vírus”. Assim, a busca pela qualidade de vida e reconstrução dos sonhos não são apenas desejáveis, como factíveis na maior parte dos casos.
Ressignificando a vida
O jovem R., que prefere não ser identificado, foi diagnosticado com o HIV aos 21 anos. Ele conta que, quando recebeu a notícia, não conseguiu absorver as possibilidades que os tratamentos combinados ofereciam. “Foi a partir da ajuda da minha rede de apoio, especialmente da minha esposa [travesti sorodiferente], que aos poucos fui entendendo a importância do uso dos medicamentos antirretrovirais (ARV) e os resultados que eu poderia alcançar através deles”, conta.
A psicóloga Marina Ciconetti, que coordena o Programa de IST/Aids de Itanhaém, na Baixada Santista (SP), relata que os pacientes chegam ao tratamento carregados de ideias preconcebidas a respeito do vírus. “As diferenças geracionais ficam muito claras no momento de receber o diagnóstico. Pessoas acima de 40 anos, que viveram o drama da Aids nos anos 1980 e 1990, enxergam a notícia como uma sentença de morte. Já boa parte dos mais jovens sequer conhece o comportamento do vírus”, relata. “E a única cura para essas duas correntes de pensamento é a informação de qualidade que vamos fornecendo a cada atendimento”, complementa Marina.
Foi exatamente a percepção de que há um caminho de saúde a ser percorrido que fez com que R. adotasse o tratamento e buscasse uma vida mais saudável em todos os sentidos: física, emocional e profissional. Hoje, aos 26 anos, R. tem carga viral indetectável, atua em um grande banco e se sente mais saudável do que nunca. “Depois do diagnóstico, me tornei ainda mais consciente do meu corpo e sei como cuidar de mim e da minha parceira”, explica o jovem.
Alcançando a supressão do vírus
O assistente social Gilson Inácio da Silva, que vive com HIV desde 2000, realiza o tratamento antirretroviral (TARV) regularmente, procura cuidar da sua saúde mental e fazer atividades físicas. Com isso, atualmente tem carga viral indetectável. Ele conta que “a pior parte de receber o diagnóstico foi lidar com essa informação sozinho. Por isso, me aproximar dos grupos de afinidade e de quem já superou esse estágio foi fundamental para se aceitar”. Hoje, 22 anos depois da notícia e superado o estigma inicial, ele usa a informação como arma no combate ao preconceito. “Aprendi sobre HIV, Aids, carga viral e outras informações que me ajudam no tratamento. Mantenho a regularidade das consultas, do uso da medicação e procuro dividir o que sei com quem precisa”, complementa. “É a combinação desses fatores que me dá a certeza de uma vida longa e cheia de significado”, avalia.
Prevenindo a infecção e alcançando a supressão do vírus – Mandala de Prevenção
Segundo a publicação “Prevenção combinada – barreiras ao HIV” da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA), conquistar a carga indetectável, também chamada de supressão viral, e mantê-la ao longo da vida, depende da combinação de abordagens preventivas focadas nas necessidades específicas de diferentes públicos e formas de transmissão. Sempre, a partir de três áreas: biomédica, comportamental e estrutural.
A abordagem biomédica é voltada para ações de redução ao risco de exposição, a partir do bloqueio da interação entre o HIV e a pessoa passível de infecção. É dividida em dois grupos: métodos de barreira física ao vírus, como o preservativo externo, interno e gel lubrificante; e o uso de antirretrovirais, tratamento como Prevenção (TasP), a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) e a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
A abordagem comportamental é focada em ações que contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco à exposição ao HIV. São estratégias voltadas a mudanças de comportamento das pessoas ou do grupo social ao qual pertence. Isto é, procura-se incentivar o uso de preservativos, testagem e visitas aos serviços de saúde.
Já a abordagem estrutural, ainda de acordo com as informações da ABIA, está relacionada a fatores e condições socioculturais que influenciam diretamente a vulnerabilidade de pessoas ou grupos sociais específicos ao HIV, envolvendo preconceito, estigma, discriminação ou qualquer outra forma de alienação dos direitos e garantias fundamentais à dignidade humana.
Compromisso com a vida
A GSK é uma das líderes mundiais na criação de soluções terapêuticas e na fabricação de produtos inovadores que ajudam a melhorar a qualidade de vida das pessoas.Presente em mais de 80 países, e há 114 anos no Brasil, tem a missão de unir ciência, tecnologia e talento para vencer as doenças.
Com foco nessa missão, a companhia obteve diversas conquistas que tem orgulho em compartilhar. Uma delas é o desenvolvimento do primeiro medicamento para tratamento de HIV/AIDS no mundo em 1987. Diante do cenário mundial de epidemia do HIV/AIDS, a ViiV Healthcare foi criada em 2009, a partir de uma joint venture entre a GSK e a Pfizer, formando uma companhia global dedicada exclusivamente a tratamentos para o HIV. Em 2012, a japonesa Shionogi completou a sociedade.
Atualmente, a GSK detém 76,5% de participação na empresa. Como líder em pesquisa e desenvolvimento de tratamentos para o HIV, a GSK/ViiV Healthcare possui operações em mais de 50 países. A GSK é o distribuidor da ViiV Healthcare no Brasil.
Fonte: Farmacêutica GSK