Televisão

TV Aratu exibe série especial sobre combate ao trabalho escravo na Bahia

Genilson Coutinho,
20/12/2022 | 12h12

No Estado, 66 pessoas já foram resgatas de trabalho análogo a escravidão, até o momento; Em 2022, já são dez pessoas resgatadas superando o ano de 2021
Mais uma vez, a TV Aratu traz um tema importante e sensível para reflexão, contribuição e de acesso fácil para seus telespectadores. O programa Cidade Aratu Noticiais nesta semana, de terça a quita, às 11h, uma série de reportagens especiais sobre trabalho análogo a escravidão. Uma realidade que parece um passado sombrio da nossa história, mas que segue presente em lugares que, muitas vezes, a gente não imagina.
Como é o caso de um idoso de 66 anos de idade que foi resgatado em setembro deste ano. Ele trabalhava como caseiro em uma residência no bairro de Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador.

“Durante essa série especial a gente ouviu as histórias de quatro pessoas que vivenciaram o trabalho análogo a escravidão. Os relatos foram muito doloridos. Como o do idoso que era agredido fisicamente pela patroa num bairro nobre e o do casal que trabalhava numa fazenda sendo obrigados a comer alimentos estragados. Nos dois casos, os envolvidos pediram para não serem identificados”, conta Lorena Dias, repórter da TV Aratu.
O repórter cinematográfico Raimundo Carvalho tomou um cuidado extra durante a gravação para que os entrevistados, que estavam com medo de represálias, não fossem identificados. A série conta, também, com a sensibilidade de Webert Ferreira na edição.
“Também foi emocionante conhecer a história de Leda, uma mulher que foi resgatada já idosa, mas que trabalhava como empregada doméstica desde criança sem receber salário. Hoje em dia ela mora em um abrigo e o quarto dela é cheio de elementos infantis, como as bonecas que ela mesma costura. Fica claro como o desenvolvimento dela foi afetado por ter passado a infância trabalhando ao invés de brincar”, lamenta Lorena.

Para o resgate desses trabalhadores é montada uma força tarefa envolvendo diversos órgãos e a produtora da emissora, Rosane Chaves, fez questão de entrar em contato com todos para que eles pudessem explicar como esse trabalho é feito, desde a denúncia até o pós-resgate. Entre os órgãos ouvidos estão a Superintendência Regional do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho, a Coordenação da Proteção Social Especial da Secretaria de Justiça e a Associação Brasileira de Estudos do Trabalho.