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“A voz do gueto” é o tema do Festival Boca de Brasa 2022

Genilson Coutinho,
30/11/2022 | 10h11
Foto: Divulgação

Na próxima quinta-feira (01), às 19h, a Prefeitura de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), promove mais uma edição do Festival Boca de Brasa. São mais de 150 artistas e profissionais da cultura envolvidos, a fim de projetar para todo o mundo, as culturas da favela, conceito que vai ocupar para além do palco do Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360, todo o entorno. A ideia é conduzir o público a conhecer, por meio de uma cenografia imersiva, o que a periferia tem de melhor e fazer ecoar, em volume máximo, “A Voz do Gueto”, tema do Festival deste ano. A entrada é gratuita. 

Manifestação estética e cultural muito presentes nas comunidades de Salvador, as festas de paredão têm ocupado cada vez mais as ruas da cidade, principalmente dos bairros mais populares, sendo uma expressão muito latente da juventude negra dessas comunidades. Ao trazer para a cena esse movimento cultural, o Festival Boca de Brasa pretende dialogar com a juventude das comunidades onde atua e provocar uma reflexão sobre os movimentos culturais contemporâneos.   

A concepção e direção geral do Festival são assinadas por George Valdimir, roteiro de Daniel Arcades, direção musical de Luciano Salvador Bahia, direção de movimento de Elivan Nascimento, cenografia de Manolo Araújo, figurinos de Jorge Andrade, Neto Almeida e Math Ribeiro e iluminação de Fernanda Mascarenhas A apresentação fica por conta da dupla Larissa Libório e Gabriel Nafisi. 

Na line up do Festival, nomes como Margareth Menezes, Balé Folclórico da Bahia, Lilica Rocha, Mavi e Áurea Semiséria dividem o palco com talentos revelados pelas oficinas e Palcos Abertos Boca de Brasa realizados ao longo do ano. Além de artistas dos bairros onde foram implementadas as ações dos Polos Criativos Boca de Brasa, como: Vista Alegre, Nova Brasília de Valéria, Cajazeiras, Barroquinha, Ilha Amarela, Rio Sena e Itapagipe. 

Para Fernando Guerreiro, presidente da FGM, “o projeto Boca de Brasa foi criado para mapear e potencializar o cenário cultural que explode nos guetos, nos bairros, em cada canto de nossa cidade. O Festival apresenta essa potência, destacando movimentos, ampliando estéticas e apontando para o futuro. O Gueto ferve, se expande e desenha uma cidade diversa e com identidade própria. Bem vindos ao futuro!”. 

Nesse sentido, participam do evento nomes como Chocolate Batidão, Mário Show e Sérgio Login, além da Banda True e o grupo Uzarte, 4 X Elis, Jovens Periféricos e Viaje Nesse Reggae que têm se destacado nas ações de profissionalização que o Boca de Brasa tem promovido. A grade de atrações traz artistas das diversas linguagens que participaram das atividades realizadas pelo Boca de Brasa, como o Palco Aberto, bem como das edições dos Festivais anteriores, a fim de movimentar ainda mais esse paredão. Da música e da dança, participam Bruno Barroso, Afro Dance, Coletivo Khalid Mob, Leo Oliveira, Raymundo Jamaica, Balé Cetro, Ballet Psykhé, Laísa Sartre, Lulnna Kahlo, Esdras B Boy, Love Dance, 2 em 1, New Black, além do cantor Rodrigo e do DJ Bruno Beirão. Acontece também, intervenções do grupo circense Magic Circus e dos grafiteiros Been e Fumax.   

Para Chicco Assis, gerente de equipamentos culturais da FGM, “essa edição do Festival marca não apenas a culminância das ações desse ano do Boca de Brasa, mas também  aproveita a estética contemporânea de expressões culturais das periferias para anunciar o novo ciclo que se inaugura com a implementação dos Polos Criativos, em parceiria com a SEMDEC, SMED, SEMPRE, SEMOP e SESI.” Promete ainda Assis: “vai ser uma grande festa das artes, das estéticas e das identidades que fervilham dos guetos da cidade para o mundo.” 

A FGM vai disponibilizar transporte gratuito, sujeito a lotação do veículo. Saída às 17h30, em frente o Cine Metha Glauber Rocha – Centro, e retorno, às 21h, do Subúrbio 360, para o mesmo local de embarque.  

Festival Boca de Brasa – o evento acontece anualmente com o objetivo de valorizar e dar visibilidade às produções artísticas realizadas nas comunidades de Salvador. Seu resultado é a culminância de todas as atividades que passaram pelos palcos de seus espaços culturais, tendo como objetivo promover a circulação de produções culturais, estimular a profissionalização do setor, bem como criar pontos de difusão artísticas nos mais diversos territórios da cidade.