Coletivo de torcidas LGBTQIA+ divulgam nota de repúdio contra o Ceará Sporting Club

Nós do coletivo de torcidas Canarinhos LGBTQ queremos registrar o nosso mais veemente repúdio ao Ceará Sporting Club por condutas reiteradamente homofóbicas e pela recusa em construir ações e medidas de combate a LGBTfobia dentro dos seus ambientes internos e junto à sua torcida.
Essa postura acaba por referendar condutas que são proferidas pela torcida, por jogadores e até pelo PRESIDENTE DO CLUBE, Robson de Castro.
O Ceará é o ÚNICO clube do Brasil que se recusa contundentemente a tratar da temática de diversidade e inclusão, não se pronuncia em canais oficiais em datas importantes de combate a LGBTfobia e Orgulho LGBTQIA+ (17 de maio e 28 de junho) como fazem a maioria dos clubes brasileiros, e não promove nada relacionado a esses temas.

Repetidamente durante os jogos é cantado pela torcida do Ceara:
“Liga pro zoologico
Chama o camburão
Diz que a cearamor
Ela matou o leão
Porque a cearamor
Não dispensa que eu sei
Matador de leão
E come c# de TUF gay
A TUF é gay, é gay é gay 4x”

Não só a torcida, mas nas imagens que tivemos acesso é possível ver também jogadores (Vina, Gabriel Dias, Messias, Cleber, Lima, Fernando Sobral, Lacerda, Messias, Rick, Luiz Otávio), e até o presidente do clube participa dos gritos homofóbicos. É chocante notar que um clube por qualquer razão que seja se recuse a incluir e caminhe na contramão de tudo que dita a legislação nacional e desportiva, não só se omitindo da responsabilidade social de combater esse e outros preconceitos, mas participando e incentivando esse tipo de conduta, chegando a postas NOS CANAIS OFICIAIS DO CLUBE.

Chama nossa atenção também a omissão da imprensa cearense que não noticiou absolutamente nada desses episódios e dos árbitros que não constaram em súmula as condutas reiteradas.
Os episódios os quais tivemos conhecimento constam de uma denúncia que será enviada para o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o qual esperamos tomar medidas enérgicas cabíveis não só para punir, mas para direcionar ações e iniciativas de combate a LGBTfobia a serem promovidas pelo clube.