22ª Caminhada de LesBi de São Paulo pede o fim do lesbocídio no próximo sábado (1)

Genilson Coutinho,
26/05/2024 | 23h05

Acontece em São Paulo no próximo sábado, 1º de junho, a 22ª  Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais (Cis e Trans) de São Paulo, um movimento de resistência que luta por direitos, contra o racismo, a lesbofobia, a bifobia, a transfobia e por mais visibilidade para mulheres LBTs. A concentração será a partir das 13h na Praça da República com as falas de representantes dos movimentos sociais, parlamentares e autoridades. Às 15h, inicia o trajeto do trio elétrico com apresentações artísticas. Às 18h, o trio chega no Largo do Arouche com a abertura de um palco com mais apresentações até às 20h.

Inspirada na marcha lésbica mexicana, a Caminhada nasceu em 2003 no Seminário Nacional de Lésbicas (Senalesbi). “Ela foi criada a partir das críticas da invisibilidade dentro da Parada SP para nós, lésbicas e bissexuais, e a ausência de nossas pautas e bandeiras de luta”, afirma Cinthia Abreu, militante do movimento de mulheres lésbicas há mais de 15 anos e uma das coordenadoras do evento.

Segundo ela, o tema deste ano “Pelo fim do Lesbocídio e Bifobia. Justiça por Carol e Luana” é uma denúncia sobre os crimes perversos, entre eles o assassinato de Carol Campelo, de 21 anos, morta no Maranhão que teve até a pele arrancada, e Luana Barbosa, assassinada por 3 policiais militares aos 31 anos.

Cinthia alerta para o fato de que o ataque a mulheres lésbicas tem aumentado em larga escala no Brasil. “Isso acontece por causa da onda crescente da extrema direita. Precisamos dar visibilidade a esse casos e mostrar o quanto nós lésbicas e BI sofremos violência com requinte de ódio”, ressalta.

A Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT – SP) apoiou a Caminhada oferecendo o trio elétrico e a estrutura técnica necessária. Entre as atrações, estão confirmades os blocos de Carnaval Siriricando, Maria Sapatão E Siga Bem Caminhoneira.

Este ano, juntamente com a Coletiva Luana Barbosa, a Caminhada deseja fortalecer a participação das mães, sobretudo mães LBTs pretas e periféricas, portanto destaca que todas as crianças são bem-vindas, seja acompanhando o bloco na rua ou no espaço do Brejinho. O Brejinho é um espaço fora da caminhada, preparado para receber as crianças com brincadeiras, passeios e comidinhas. Esse espaço do brincar estará próximo à dispersão da Caminhada, cujo endereço será informado apenas para quem se inscrever neste link.